Flamengo foi o segundo melhor perdedor
Menon
22/12/2019 12h17
Em pouco tempo, a história oral prevalecerá. E as novas gerações de torcedores do Flamengo saberão que seu time deu um baile no Liverpool e só perdeu o jogo por azar. Afinal, esporte não é justo. E nem a vida.
Caminhamos para isso. A boa partida contra Liverpool já está sendo contada como uma epopéia. Como algo a ser lembrado para sempre.
A derrota…Que derrota? Caiu de pé. E, olha, fomos elogiados pela imprensa europeia. Que postura subserviente!!!
E não basta colocar uma derrota em outro patamar. É preciso desmerecer quem venceu. O Inter, o São Paulo e o Corinthians ganharam de forma indigna de Barcelona, Liverpool e Chelsea. Covardes. Ganharam por conta de Gabiru, Cássio e Rogério Ceni.
O trabalho de Abel, Tite e Autuori não valem nada. Eu acompanhei por semanas o trabalho de Autuori para armar o 3-5-2 para o Mundial.
Não vale.
Ah, se o Flamengo vencesse como os outros venceram, isso seria relativizando?
Não, né?
Haveria uma avalanche de clichês do tipo "foi na raça que só o Flamengo tem", "pra nós, tudo é mais sofrido".
Quando o Vasco empatou com o Flamengo, foi ironizado. Quando o Flamengo perde para o Liverpool, é exaltado.
Temos um padrão aqui. Time pobre enfrenta de igual para igual um time muito mais rico. Quem empata, é criticado. Quem perde, é exaltado.
Tenho duas notícias.
1) Vencer é maravilhoso. Vencer o Mundial é mais ainda. Está acima de toda derrota.
2) Em 2009, o Estudiantes de la Plata disputou o Mundial com o Barcelona. O time tinha Verón. Boselli fez o primeiro gol. O Barcelona foi para o sufoco e empatou aos 44 minutos. Venceu na prorrogação.
O Barcelona era dirigido por Guardiola. No ataque, tinha Messi, Ibra e Henry.
Ou seja, na disputa do troféu "Jogamos de igual para Igual", o Flamengo foi vice.
Sobre o Autor
Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.