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Rosenberg fala muito e repassa seu trabalho para a Fiel

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27/01/2019 12h20

Os trepidantes Artur Sandes e Danilo Lavieri dissecaram o acordo Corinthians/BMG e ao final da matéria fica uma dúvida: Luis Paulo Rosenberg é um contador de histórias sem compromisso com a realidade ou apenas um adepto a mais da arte de repassar aos outros as responsabilidades que lhe cabem e pelas quais é bem pago. Meu cunhado, o Foca, não se conforma com o fato de os governos estaduais repassarem a empresas privadas a doce tarefa de construir pedágios e arrecadar dinheiro sem parar. Ora, se a empresa está ganhando, porque o próprio governo não assume o negócio?

Um triste exemplo de terceirização é a segurança pública. O Poder Público não consegue dar respostas. Um pai não consegue dormir tranquilo quando seu filho adolescente vai à uma festa. Não se pode andar na rua com tranquilidade. Há o risco de roubarem o seu celular (comigo, foram duas vezes) ou de coisas muito piores. A solução? Olha, você agora pode comprar quatro armas. A responsabilidade passa a ser do cidadão. Ele é que precisa enfrentar o bandido. E acreditar no milagre do dólar furado.

Foi o que Rosenberg fez. Falou, como se fosse um mágico ou apresentador de auditório, Houdini ou Senor Abravanel, sobre o maravilhoso contrato de patrocínio com a BMG. Mundos e fundos. Aproveitou, como sempre, para dar uma estocada no Palmeiras. Um modo de tentar desviar o foco dos grandes problemas que o Corinthians vive, oriundos principalmente da construção do estádio.

E, então, seu segredo foi descoberto. O patrocínio é de R$ 12 milhões por ano. Metade do que o banco Inter paga ao São Paulo. Metade do que a Caixa pagava ao Corinthians. E um sétimo, aproximadamente, do que a Crefisa paga ao Palmeiras. Tem ainda um adiantamento muito bom de R$ 30 milhões, que servirá para reforçar bem o time para 2019.

O resto do pacote maravilhoso fica com a Fiel. Quanto mais ela abrir contas no BMG, mais aumenta o patrocínio. Ou seja, vai Fiel, faz o meu trabalho aí sm ganhar nada. Eu sou o mago do marketng, eu não consigo vender naming rights, eu não consigo um patrocínio igual ao dos rivais, eu não consigo fazer um trabalho à altura das necessidades e da grandeza do Corinthians, mas você pode.

Assim, até eu.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.