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Jardine: sinceridade, inocência e perguntas sem respostas

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28/01/2019 10h25

André Jardine teve um ato digno após a derrota contra o Santos. Disse que se surpreendeu com a velocidade como os conceitos de Sampaoli foram assimilados pelo elenco. E que o Santos estava um estágio acima do São Paulo.

Sinceridade. Dignidade. E inocência. Em doses cavalares.

Inocência porque deixou a bola pingando para a pergunta que, inexplicavelmente, não foi feita: por que o Santos de Sampaoli está um estágio à frente, se o São Paulo de Jardine começou a treinar antes?

A pergunta que não foi feita teria uma resposta (verdadeira?) proibida: porque ele teve tempo para treinar enquanto nós perdemos tempo na indefensável Flórida Cup.

Há outra pergunta que Jardine precisa resolver urgentemente: existe transição possível com Jucilei e Hudson juntos?

Ele sabe que não.

O que leva a outras perguntas.

Por que insiste com essa escalação? Por que coloca os dois e mais o Nenê na direita, se sabe que não dá certo?

Precisa ganhar os veteranos? É o tal gerenciamento de vestiário? Se não tiver os veteranos a seu lado, vai cair?

Então, se for isso, Jardine estará sujeito ao terrível dilema do fogo ou frigideira. Morrer queimado ou morrer frito. Se não escala os veteranos, cai. Se escala, o time não rende e…ele cai também.

E aí, salta aos olhos um erro de planejamento. Luan era o titular. Saiu do time por contusão. Não poderia estar no sul-americano Sub-20. Seu lugar era aqui, colocando Jucilei no banco e dando velocidade ao time. O São Paulo não poderia abrir mão dele para a decisão em Cordoba.

A última pergunta: por que Helinho não rende? Bola, ele tem. Falta físico? Falta personalidade? O que está sendo feito para recuperar o jogador?

O tempo de Jardine para responder dúvidas (algumas nem deveriam existir) está acabando.

Leia mais:

Santos atropela o São Paulo. Aula de Sampaoli

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.