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Clubes brasileiros não resistem a assédio europeu

Menon

05/12/2018 13h10

Mealhada é uma cidade de Portugal. Está localizada a 18 quilômetros de Coimbra e a 220 quilômetros da capital, Lisboa. Tem 4,5 mil habitantes, aproximadamente o mesmo número de pessoas que residem no Edifício Copan, no centro de São Paulo.

O futebol está presente através do Clube Desportivo Mealhada, que disputa a terceira divisão de Portugal. É um campeonato regionalizado e o Mealhada participa da liga de Aveiros.

É para lá que está rumando o lateral esquerdo João Lucas, de 18 anos, um dos destaques do sub-20 da Portuguesa, que chegou à semifinal da Copa São Paulo do ano, sendo eliminada pelo Flamengo, posteriormente campeão.

E por que um clube como o Mealhada consegue tirar um jogador do futebol brasileiro. João Lucas responde. "Sempre pensei em fazer carreira na Portuguesa, mas tudo foi ficando muito difícil no clube, que foi caindo muito. Para você ter uma ideia, eu joguei a Copinha com um contrato amador. E ele foi renovado com dinheiro do meu pai, nem isso o clube fez. Pagamos para jogar a Copinha e ter visibilidade".

Houve um convite do Tubarão, clube que tem ótimo trabalho na base, em Santa Catarina que tem se estruturado  sob o comando de Junior Chávare. "A Portuguesa não liberou e, quando eu saí, já não dava mais tempo para participar da próxima Copa São Paulo. Então, apareceu a possibilidade de ir para Portugal. Alguns amigos já estão por lá".

João Lucas não é o único jovem a correr atrás de um sonho novo em terras distantes. O goleiro Jairo Lourençon, que fez a base no São Paulo, foi parar na Coreia, em um time amador. Tremenda fria. Voltou e agora está na terceira divisão da Itália, no Como.

São casos que servem de aviso para os clubes brasileiros. A Portuguesa não é um exemplo de organização. Lourençon saiu porque não teria chances no São Paulo. Mas há muitos outros casos de jogadores com ótimo futuro e que vão para a Europa porque os clubes brasileiros não souberam amarrar de forma correta um contrato. Só no São Paulo, há os casos de Cipriano, Augusto Galván e outros.

A Europa é um canto de sereia. Seja o Real Madrid, seja o Mealhada.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.


Menon